Seja bem vindo ao nosso site DS Ponta Delgada - dspontadelgada.tv.

DS Ponta Delgada
Condomínio Privado em Ponta Delgada
Imobiliária

Arrendar casa: recorde de rendas em 5 anos apesar da subida da oferta

Publicada em 11/07/24 às 09:23h - 137 visualizações

por Idealista News


Compartilhe
   

Link da Notícia:

 (Foto: Freepik)

A tensão no mercado de arrendamento continua a aumentar em Portugal. As rendas das casas têm vindo a subir mês após mês, embora de forma mais lenta, atingido mesmo o valor máximo dos últimos cinco anos em junho. Isto acontece, sobretudo, porque o aumento da oferta de casas para arrendar (e a preços acessíveis) não foi suficiente para responder à alta procura existente no país. Foi precisamente para responder à crise de acesso ao arrendamento que o Governo de Montenegro desenhou várias medidas, como o alargamento do apoio à renda e do programa Porta 65 Jovem. Neste artigo, o idealista/news faz uma viagem ao passado para mostrar como é que se agravou o acesso à habitação no mercado de arrendamento em Portugal, nomeadamente em Lisboa e no Porto.

Arrendamento em Portugal agrava-se desde 2019: porquê?

Nos últimos cinco anos, a evolução das rendas das casas em Portugal oscilou, tendo mesmo caído durante vários meses em 2020 e 2021, na sequência da pandemia da Covid-19 que condicionou a mudança de casa. Mas o balanço final é de claro crescimento: em junho de 2019 o custo mediano do arrendamento era de 11,4 euros por metro quadrado (euros/m2), um valor que subiu 41% para 16,2 euros/m2 em junho de 2024. Este valor das rendas constitui mesmo um máximo em cinco anos e um recorde na série estatística do idealista/dataque remonta a 2015.

Este crescimento do custo do arrendamento em Portugal não é de estranhar, tendo em conta que o desequilíbrio entre a oferta de casas e a procura se agravou desde 2019. Ora, os mesmos dados revelam que a procura de casas para arrendar subiu 165% entre o primeiro trimestre de 2019 e o mesmo período de 2024, enquanto a oferta de habitação aumentou apenas 36%. O risco do arrendamento, a instabilidade legislativa e elevados impostos sobre as rendas são três fatores que têm vindo a travar a chegada de mais casas para arrendar ao mercado, segundo referiram os especialistas ao idealista/news.

Também em Lisboa e no Porto a procura de casas subiu muito mais do que a oferta de arrendamento nestes últimos cinco anos, marcados por uma pandemia e ainda pela mudança do clima económico devido à guerra na Ucrânia. E, por isso mesmo, as rendas das casas também dispararam nestes dois grandes centros urbanos. Assim mudou o arrendamento em Lisboa e no Porto neste período:

  • Em Lisboa, a procura de casas para arrendar mais do que duplicou desde o início de 2019, tendo sido registada uma média de 29,4 contactos por anúncio no arranque deste ano. Mas a oferta não soube acompanhar esta evolução, tendo subido apenas 5%. Em resultado, as rendas das casas aumentaram 43% em cinco anos, fixando-se em 21,5 euros/m2 no final de junho. Este também é um dos maiores valores de sempre registados na capital;
  • No Porto, a procura de casas para arrendar também mais que duplicou em cinco anos para uma média de 24 contactos por anúncio no primeiro trimestre de 2024. E embora a oferta tenha dado o salto de 74%, ficou abaixo do crescimento do interesse das famílias (122%). Este desequilíbrio resultou numa renda mediana de 17,2 euros/m2 em junho, mais 61% que no mesmo mês de 2019.

Rendas, oferta e procura: evolução desde 2019

Valor mediano das rendas em junho (euros/m2/mês)
Procura de casas: média de contactos por anúncio
Variação do preço entre junho de 2024 e o mesmo mês de 2019 (%)
Variação da procura e oferta entre o 1º trimestre de 2024 e o mesmo trimestre de 2019 (%)

Table with 4 columns and 6 rows.
Preços (euros/m2) 16,2 21,5 17,2
Variação do preço face a 2019 (%) 41% 43% 61%
Procura 1T 2019 12,3 11,2 10,8
Procura 1T2024 32,6 29,4 24,0
Evolução da procura 165% 163% 122%
Oferta de longo prazo 36% 6% 74%

Esta viagem entre o passado e o presente revela uma tendência de subida das rendas das casas nos últimos cinco anos, motivada não só pela falta de oferta de habitação perante a procura, mas também pelo período inflacionista que reduziu o poder de compra e elevou os juros no crédito habitação, empurrando cada vez mais famílias para o mercado de arrendamento

Perante as dificuldades das famílias em pagar a renda da casa, o antigo Governo de Costa avançou com o apoio extraordinário à renda de 200 euros, com um limite de 2% à atualização de rendas em 2023, bem como com um travão no aumento das rendas de 2% nos novos contratos de arrendamento em 2024, por exemplo.

Mas a chegada do novo Governo liderado por Montenegro em 2024 trouxe mudanças para o mercado: não só quer eliminar o travão de 2% nos novos contratos, como vai alargar a mais famílias o apoio à renda, assim como o Porta 65 Jovem, por exemplo. Isto admitindo que a crise no acesso ao arrendamento em Portugal ainda não tem fim à vista (pelo menos, no curto prazo). A par de tudo isto, também foi aprovado o projeto do PS que vai aumentar, de forma faseada, a dedução das rendas no IRS para 800 euros até 2026 (hoje é de 600 euros).

Com o objetivo de aumentar a oferta de casas para arrendar no médio-longo prazo, o Governo está a preparar, entre outras iniciativas, a redução do IVA de 23% para 6% (que passa a incluir projetos de Build to Rent, por exemplo) e ainda outra medida que vai dar descontos fiscais em sede de IRS ou IRC aos investidores que apostem em fundos imobiliários que tenham o objetivo de promover o arrendamento acessível.

Como evoluiu o arrendamento no último ano em Portugal?

No último ano, a confiança no mercado viu-se abalada perante a incerteza gerada pela alta inflação e subida dos juros nos créditos habitação. E, neste contexto, houve menos famílias interessadas em mudar de casa em Portugal, registando-se uma queda da procura de casas para arrendar de 36% entre o início de 2023 e os primeiros meses deste ano.

O menor apetite pelo mercado de arrendamento - também justificado pelas altas rendas– acabou por aumentar a oferta de habitação em 81% no território nacional. Mas este crescimento não foi suficiente para travar o aumento das rendas: o custo mediano do arrendamento subiu 12% num ano para 16,2 euros/m2 em junho, mostram ainda os dados do idealista/data. O que se sentiu foi um crescimento mais lento das rendas no país.

Perante este cenário, as famílias que passaram a ter uma maior taxa de esforço no arrendamento: passou de 71% no início de 2023 para 81% no arranque de 2024. Ou seja, o valor a pagar todos os meses pelo arrendamento de uma habitação no país passou a pesar ainda mais no rendimento disponível dos agregados familiares.

Arrendar casa: como evoluiu a renda, oferta, procura e taxa de esforço no último ano?

Valor mediano das rendas em junho (euros/m2/mês)
Variação do preço entre junho de 2024 e o mesmo mês de 2023 (%)
Variação da procura e oferta entre o 1º trimestre de 2024 e o mesmo trimestre de 2023 (%)

Table with 4 columns and 7 rows.
Preço (euros/m2/mês) 16,2 21,5 17,2
Variação anual do preço (%) 12% 8% 13%
Procura 1T2024 vs 1T2023 −36% −48% −36%
Oferta de longa duração 81% 102% 129%
Taxa de esforço 1T2023 71% 82% 74%
Taxa de esforço 1T2024 81% 86% 71%
Evolução do esforço (p.p.) 10 4 −3

As tendências identificadas no mercado de arrendamento nacional também foram sentidas no último ano, tanto em Lisboa, como no município do Porto (embora com ligeiras nuances):

  • Em Lisboa, a procura de casas para arrendar caiu 48% num ano, o que acabou por duplicar as casas disponíveis na capital. Mas, ainda assim, o desequilíbrio manteve-se de tal forma que as rendas subiram 8% neste período para 21,5 euros/m2 em junho. Também a taxa de esforço deu o salto de quatro pontos percentuais (p.p.), fixando-se em 86% nos primeiros três meses deste ano;
  • No Porto, o interesse em arrendar casa desceu 36% e a oferta também duplicou. O aumento das rendas foi de 13% no último ano, fixando as rendas medianas em 17,2 euros/m2 em junho. Ainda assim, a taxa de esforço no arrendamento desceu para 71% (-3 p.p.), o que pode estar relacionado com o aumento do rendimento das famílias neste período.



ATENÇÃO:Os comentários postados abaixo representam a opinião do leitor e não necessariamente do nosso site. Toda responsabilidade das mensagens é do autor da postagem.

Deixe seu comentário!

Nome
Email
Comentário
0 / 500 caracteres


Insira os caracteres no campo abaixo:








Site DS Ponta Delgada
Visitas: 138264   Usuários Online: 3
Nosso Whatsapp 913077027
Copyright (c) 2024 - DS Ponta Delgada - Rascunhos de Verão Unipessoal Lda Lic. AMI 14250 | Auspicioustopic Unipessoal Lda, registada no Banco de Portugal, como Intermediário de Crédito Vinculado, nº 3892, verificável em www.bportugal.pt

Seja bem vindo ao nosso site DS Ponta Delgada - dspontadelgada.tv!

Converse conosco pelo Whatsapp!