O mercado de arrendamento continua resiliente em Portugal, sustentado por uma elevada procura das famílias, sobretudo, nos grandes centros urbanos. As rendas das casas continuam a ficar mais caras no início de 2024 (e até a acelerar o seu ritmo de evolução), melhorando também a sua rentabilidade. A compra de casa em Portugal para colocar no mercado de arrendamento rendeu, em termos brutos, 7,3% no primeiro trimestre de 2024, mais 0,7 pontos percentuais (p.p) face à calculada para o mesmo período de 2023 (6,6%), revelam os dados do idealista. Acontece que a melhoria da rentabilidade de comprar casa para arrendar, por si só, não chega para incentivar este investimento imobiliário em Portugal e aumentar a oferta de habitação no mercado de arrendamento, até por causa dos riscos.
O arrendamento habitacional tem potencial para crescer em Portugal. Isto porque a procura de casas para arrendar tem sido crescente, refletindo-se no aumento número de novos contratos de arrendamento em Portugal (subiu 4,5% entre o final de 2023 e o mesmo período de 2022,segundo o Instituto Nacional de Estatística). Mas a oferta de habitações para arrendar não tem acompanhado esta evolução, continuando escassa, apesar de a rentabilidade bruta de comprar casa para arrendar estar a crescer há três anos, segundo os dados do idealista. Isto acontece porque os proprietários sentem falta de confiança nos governantes, de estabilidade legislativa, maior proteção e ainda de mais reduções nos impostos, tal como noticiou o idealista/news.
No arranque de 2024, a rentabilidade bruta de comprar casa para, depois, colocá-la a arrendar voltou a aumentar. Este negócio rendeu 7,3% no primeiro trimestre de 2024, um valor superior aos 6,6% registados no mesmo período de 2023. A rentabilidade da habitação também é agora superior face à observa no início de 2022 (5,6%), de 2021 (6,1%) e de 2020 (6,8%). Mas continua a ser inferior em 0,2 p.p em relação ao primeiro trimestre de 2019, quando comprar casa para arrendar rendeu 7,5%, mostram os dados do idealsita, o marketplace imobiliário do sul da Europa.
Analisando as capitais de distrito com dados disponíveis, salta à vista que é em Castelo Branco onde é mais rentável a compra de uma casa para investimento, sendo o seu retorno na ordem dos 9,2% no início de 2024. Seguem-se as cidades de Santarém (7,9%), Coimbra (7,2%), Leiria (6,6%), Braga (6,2%), Évora (6,1%), Setúbal (6,1%), Porto (5,8%) e Aveiro (5,4%). De notar que nestas cidades também o risco do investimento é maior.
Por outro lado, a rentabilidade habitacional mais baixa é obtida pelos proprietários das casas arrendadas em Lisboa (4,6%), Faro (4,9%) e Funchal (5%). Mas também aqui os riscos do investimento são inferiores, já que há menor probabilidade da casa não ser arrendada ou de haver uma desvalorização de imóvel no futuro, por exemplo.